CAMPO GRANDE
Agronegócio

O Novo Custo do Arrendamento Rural: Como Planejar Sua Fazenda para a Reforma Tributária

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A reforma tributária traz um novo desafio para o agronegócio: o arrendamento rural na mira dos novos impostos IBS e CBS.

Na prática, isso muda o custo, a forma de receber e até o modo de declarar o arrendamento. E quem não se preparar, pode ter prejuízo.

Entenda o novo imposto

O IBS e a CBS vão substituir vários tributos atuais, como PIS, Cofins e ISS.

No caso do arrendamento rural, haverá uma alíquota reduzida de 7,95%, mas mesmo assim, o impacto é grande, especialmente para quem arrenda várias propriedades.

Exemplo prático:
Se o dono da terra recebe R$ 1 milhão em arrendamentos, vai pagar R$ 79.500,00 só de
IBS/CBS.
E ainda continua pagando IR.

Como irá afetar o produtor rural?

O custo adicional vai pesar no bolso do proprietário, que provavelmente repasse o valor no contrato.

Ou seja, o produtor arrendatário sentirá o impacto no valor pago pela terra.

Além disso, o arrendador terá que:

  • Fazer cadastro como contribuinte de IBS/CBS;

  • Emitir nota fiscal;

  • Recolher o imposto mensalmente;

  • Entregar novas declarações.

Ou seja: quem hoje só faz o Carnê-Leão, passará a ter rotina de empresa.

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Pagamento em produto: fim de uma era?

Hoje é comum pagar o arrendamento com parte da produção (soja, boi, milho).

Mas com o novo sistema, isso se torna complicado: o imposto é cobrado em dinheiro sobre o valor de mercado do produto, mesmo que produtor ainda não tenha recebido nada.

A tendência é que os contratos migrem para pagamentos exclusivamente em dinheiro, para simplificar a apuração.

Estratégias para reduzir o impacto

  • Faça um diagnóstico tributário do seu arrendamento ainda em 2025.

  • Revise suas matrículas: unificar áreas pode evitar ser tributado como “múltiplos imóveis”.

  • Avalie com o advogado se há vantagem em reorganizar a estrutura patrimonial (por exemplo, via holding).

  • Negocie cláusulas contratuais que prevejam o repasse do imposto e a compensação de créditos.

Conclusão

O arrendamento rural vai exigir uma nova forma de gestão mais técnica, organizada e com apoio jurídico e contábil.

A boa notícia é que quem se planeja com antecedência consegue proteger o caixa, ajustar os contratos e continuar crescendo com segurança.

A reforma tributária é inevitável. O impacto, não. Tudo depende do seu planejamento.

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Mariana Patrícia. Advogada Especialista em Direito do Agronegócio e Tributação no Agronegócio. Membra da Comissão do Agronegócio OAB/MS. Sócia Fundadora do escritório Mariana Patrícia Advocacia, especializado na defesa do produtor rural e empresas do Agronegócio.

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