A situação na Santa Casa de Campo Grande se agravou nos últimos dias, com relatos de superlotação e escassez de insumos. Na segunda-feira (24), o hospital divulgou um ofício informando que, devido às condições precárias, não poderia mais receber novos pacientes. O setor de urgência e emergência, projetado para 13 leitos, comporta atualmente mais de 80 pacientes, o que levou a dificuldades no atendimento.
Na terça-feira (25), médicos ortopedistas registraram um boletim de ocorrência relatando a falta de insumos para cirurgias. Segundo o documento, 70 pacientes aguardam procedimentos ortopédicos, podendo sofrer consequências graves. Os profissionais afirmaram que não há materiais ortopédicos disponíveis para atender emergências.
Paralelamente, a Prefeitura de Campo Grande ingressou na Justiça para suspender a decisão que a obriga a repassar R$ 46.381.553,60 ao hospital. No pedido, a gestão municipal argumenta que o pagamento pode comprometer outros serviços essenciais, incluindo os da área da saúde. O Executivo também alega que o bloqueio das contas públicas, em caso de não cumprimento da decisão, poderia agravar a situação financeira da cidade, que já adota medidas de contenção de despesas.
A Associação Beneficente de Campo Grande, que administra a Santa Casa, sustenta que o valor reivindicado corresponde a repasses federais destinados ao hospital em 2020, durante a pandemia de Covid-19. A entidade também afirma que enfrenta dificuldades financeiras, comprometendo a aquisição de insumos necessários para os atendimentos.
O impasse entre a prefeitura e o hospital segue sem definição, enquanto a população enfrenta dificuldades no acesso aos serviços de saúde.